quinta-feira, 28 de junho de 2012

Diário de bordo #1 - A arte imita a vida


Faz oito dias hoje que o médico constatou o óbvio, o que eu não queria enxergar de maneira alguma, mas uma pessoa viu. Eu neguei, briguei e argumentei, mas no fundo eu sabia que eu estava doente, e até hoje é difícil aceitar isso, portanto espero que entendam o que eu tenho sem eu ter que declarar explicitamente. Sei que tem pessoas no mundo com problemas mais sérios que o meu, mas enfim, vou falar como estou levando o meu.
Há um tempo, um Junior com menos personalidade e menos opinião (sim, eu fui assim) se preocupava com opiniões alheias, principalmente quando a opinião alheia era referente ao meu peso (acho que já sacaram onde eu quero chegar né). Então, lá ia eu com dietas malucas. Já fiz dieta dos pontos, da água, da lua, do sol, da puta que pariu. Nenhuma deu o resultado esperado (claro que não), então parti para a ignorância, remédios, academia loucamente, caminhadas, mas ainda assim eu não estava satisfeito. A velha historia, pessoas dizendo “você está ótimo”, mas eu não via isso. Então começou o maior erro da minha vida, comia loucamente e depois... Bem, imaginem o que eu fazia. Eu me sentia sujo após cada vez que eu me maltratava dessa forma, pois muita gente no mundo sem comida e eu ali pecando ferozmente. E assim se passaram meses. Chegou um tempo que eu parei e vi que o que eu estava fazendo não era certo mesmo (congrats to me! (Y)), então desde dezembro de 2011 eu não fazia mais isso, mas então os efeitos realmente vieram à tona (ou eu realmente enxerguei né), eu não conseguia me alimentar direito e tudo o que eu comia causavam dores. Então eu esquecia de comer, escovava os dentes milhares de vezes por dia para inibir a fome. Eu arranjei outra maneira de me maltratar, mas essa era meio que inconscientemente. Eu realmente passei a comer uma única vez por dia e esquecia de comer, e quando comia, comia muito e eu passava mal todo os dias. Até que pouco menos de seis meses depois uma pessoa notou meu comportamento e disse que eu estava doente, claro que eu neguei “como posso estar doente eu só esqueço-me de comer oras!” Sim era isso o que eu dizia. Fui obrigado (sim, obrigado) a procurar um médico e fiz alguns exames e ele constatou após uma conversa de que eu estava apresentando um grau mínimo da doença. Não é grave agora, só tenho que me lembrar de comer, controlar o meu emocional e criar vergonha na cara. Sim eu sei disso. Que vergonha ter que admitir isso, afinal eu sempre fiz a linha durão e nunca admitia nada, mas agora não tive como negar, realmente isso acabaria destruindo minha vida, mas uma pessoa viu, e não precisou de muito tempo pra perceber que eu estava gritando por socorro. Êniuei... cá estou, com muita vergonha disso, não conseguindo acreditar o quanto eu fui besta e o quanto eu perdi a minha personalidade, shame on me! Sairei dessa sem drogas pesadas ou sem consultas a psicólogos, eu entrei nessa sozinho, e sairei dessa com ajuda de uma única pessoa.
Por volta dos meus doze ou treze anos eu li um livro chamado “Espelho maldito” e esse livro falava exatamente disso, como eu pude esquecer... E enquanto o médico falava só vinha a minha mente a história que há tempos eu havia esquecido. Li novamente, e lerei mais vezes. Fica a dica.
Pra quem quer saber mais do assunto: Veja - Abril



Espelho Maldito - Giselda Laporta Nicolelis



See ya!

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