domingo, 3 de julho de 2011

Eternamente fã

Era uma vez um garoto de 14 anos. Essa história pode parecer um pouco comum, um garoto de 14 anos na 8ª série, um pouco solitário, poucos amigos, se sentia um pouco deslocado, quem nunca viu isso antes? Então esse garoto encontrou um amigo um ano mais novo na época, mas na realidade ele era bem mais velho, mas eles ainda não se conheciam direito, portanto da maneira que o seu irmão os apresentou ficou claro que um tinha 14 anos e o outro tinha 13. Então o irmão do menino mais velho fez a gentileza de deixar o outro menino um pouco na sua presença, o seu irmão o conheceu na sua escola, que no ano seguinte o menino de 14 iria para cursar o ensino médio. Foi com a frase “Harry Potter era um menino bastante fora do comum em muitas coisas”, que começou a minha aventura que perduraria por anos a ainda é presente na minha vida.
O primeiro livro apresentado a mim pelo meu irmão mais velho foi o terceiro volume da série “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” como eu já tinha visto os dois primeiros filmes não via o porquê de não aceitar o desafio de ler aquele livro de quase 350 páginas, que para mim seria um desafio, pois no meu colégio de ensino fundamental, assim como os outros existentes, havia aquelas fichas de leitura com os livros mais chatos que poderia existir na biblioteca, e um livro de pouco mais de duzentas páginas ficava um mês na minha cabeceira e não terminava nunca a leitura. Então aceitei o desafio, comecei lendo numa tarde de começo de verão, lembro-me como se fosse ontem, conheci a tia Guida que já de cara despertou o meu ódio. “O que estava acontecendo comigo?”, essa foi a primeira coisa que pensei, nunca fui fã de ler e eu estava muito dentro da história, era como se fosse um filme, enfim, continuei a leitura, conhecendo mais o Harry, o Rony e a Hermione, então vieram as duvidas, pois nos filmes os nomes das casas são iguais mas os fundadores não foram traduzidos no livro mas no filme foram, havia mais professores no livro que no filme, mas isso foi o de menos, foi indo a leitura, uma leitura gostosa, prazerosa, eu achava graça das ironias do Rony, achava a Hermione ainda mais inteligente, o Harry ainda mais corajoso e tinha ódio do Snape e do Malfoy, e fiquei apreensivo com o prisioneiro que no final se mostrou totalmente o contrário do que se pensava, com um fim incrível a historia acaba, em três dias. Eu li o meu primeiro livro com mais de trezentas páginas em três dias. Isso pra mim foi inédito, pois como falei não era fã da leitura.
No ano seguinte fui estudar no mesmo colégio do meu irmão e adivinhe qual foi o primeiro livro que fui a busca? Esse mesmo, e devo dizer não foi a ultima vez que isso aconteceu, acredito, ter lido esse mesmo livro mais de dez vezes, sempre que me via com os deveres adiantados ou estava aprovado com antecipação no semestre eu estava lá, lendo novamente, então após ter alugado pela primeira vez no ano letivo eu soube que o 4º livro da série estava emprestado, nem precisei pensar duas vezes, coloquei o meu nome na infinita lista de espera, então algum tempo depois a terra prometida, iria ler o “Harry Potter e o Cálice de Fogo” quem disse que eu me segurei, comecei a ler na sala de aula mesmo, já estava aprovado mesmo, então o professor da aula nem se importou, até fez um pequeno Bullying com os alunos da classe que estavam tentando melhorar a nota com uma recuperação de uma prova que a maioria havia tirado notas baixas. Enfim quando cheguei à minha casa que a historia começou de verdade, tive que ler a parte que o Voldemort aparece com o Rabicho na casa dos Riddle novamente pois eu queria ler do começo sem ser atrapalhado por alunos pedindo cola, em seguida a copa mundial de quadribol, o Harry passando o resto das férias na casa dos Weasley com a Hermione, conheci a nova coruja do Rony, então começa o ano letivo na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, e a noticia do torneio Tribruxo. Como se fosse agora mesmo, lembro-me da minha reação ao ler quando o Dumbledore tira um quarto nome do cálice e chama “Harry Potter”, começa então o torneio e mais uma vez as coisas aconteciam com o Harry, tenho dó dele, sério, nunca vai ter um ano letivo sossegado, mas essa é a parte boa. No dia seguinte, sábado, estava eu com a tv ligada no sofá da sala lendo quando no “Jornal Hoje” a repórter começa a falar justamente do Harry, o lançamento do livro “Harry Potter e a Ordem da Fênix” um lançamento com muita gente esperando do lado de fora das livrarias que abririam à meia noite para o lançamento, a tradução estava chegando. Então Harry mais uma vez sobrevive mas agora a historia ganha uma continuação eletrizante pois Voldemort voltou, sem nariz, mas voltou (rsrsrsrs) e o que viria pela frente? Não saberia até ler o próximo livro, enquanto a tradução não chegava, eu li os dois primeiros livros da série e fui na estreia do terceiro filme, tenho até hoje os recortes do jornal falando sobre a estreia, e a partir desse recorte de jornal vieram muitos outros.
Foi no final do ano seguinte, o segundo ano do ensino médio que fui ler a Ordem da Fênix. Que livro! Foi de tirar o fôlego, os Dementadores atacando a ele e ao Duda, a ordem, o preconceito na escola, as pessoas duvidando dele, a Umbridge, meu, a Umbridge, que ódio que eu fiquei daquela velha sapa com aquele ar de professora de jardim de infância, a armada de Dumbledore, eles indo ao ministério, a melhor parte, a entrevista do Harry ao Pasquim sobre a volta de Voldemort me fez pular, o Harry aprendendo oclumencia e ainda assim duvidando do Snape, e a morte do seu padrinho, foi triste, perder mais uma pessoa que o amava, a batalha entre Dumbledore e Voldemort foi intensa, mas tudo acaba bem com aquele ar de tensão mas acaba bem.
Eu estava com 16 anos quando soube pela tv, jornais e revistas, cujos recortes ainda existem na minha pasta, que estava chegando a tradução de “Harry Potter e o Enigma do Príncipe” eu estava me formando no ensino médio e estava em época de provas, para os outros alunos pois havia uma semana que eu estava em casa se fazer nada, havia sido aprovado estava só esperando pela formatura. Foi numa quarta feira chuvosa que a minha mãe chega com o meu presente de 510 páginas por ter passado de ano, novamente. Imaginem como que fiquei, fui ao céu e voltei, comecei a ler na quarta feira mesmo (óbvio) passado das oito da noite e fui terminar na sexta feira as duas da tarde, não dormi, não precisava porque eu queria ler mas não queria que acabasse, descobrir mais sobre o Tom foi incrível, incrível como a historia está se completando e fechando o cerco a cada historia, realmente a mulher é foda, no final do livro eu fiquei tipo, paralisado, o Dumbledore morreu, o que será dele, do Harry, agora? E na mesma semana que o livro foi lançado no Brasil o quarto filme da série também estava em cartaz, e lá fui eu, mais uma fila imensa pra ver o bruxinho, aquilo me fazia bem, me faz eu admito.
Enquanto o ultimo livro não saia só me restava esperar foi quando a minha amiga veio na minha casa me passar um documento em Word que era nada menos que uma tradução livre de “Harry Potter e as Relíquias da Morte” não me importava se era tradução livre eu li, três dias novamente e ao final eu chorei, como criança, não tenho vergonha de dizer não, foi parte da minha vida, me acompanhou quando eu não tinha amigos, me fez viajar, meu refugio por assim dizer. Que historia magnifica, como no final tudo se encaixou, foi incrível.
Acompanhei então o lançamento do pior filme de todos em minha opinião, que foi o filme da Ordem da Fênix, e em seguida o lançamento do Enigma do Príncipe, que não era tão bom quanto os quatro primeiros, mas me conformei agora a primeira parte das Reliquias da Morte foi muito boa, não vejo a hora de ver a segunda parte, e no meio do cinema eu irei chorar com certeza.
Meu amigo Harry casou teve filhos assim como Rony e Hermione, a historia acabou, mas os livros e os filmes estão na minha estante para a qualquer momento relembrar os velhos tempos, as aulas de feitiços, trato das criaturas mágicas, poções e até mesmo história da magia que acho também a matéria mais chata de todas. Agradeço muito à J.K.Rowling por ter propiciado algo tão mágico e perfeito que foi meu refugio meu amigo de tinta e papel. E graças a ela ganhei gosto pela leitura, assim como muitas crianças que cresceram com o Harry e as que ainda vão ler as historias.

Falo com muito orgulho, sou fã de Harry Potter.