quinta-feira, 3 de abril de 2014

Hora de falar.

"Já passou um mês? Nossa, passou rápido". Duas respostas vem na minha cabeça:

N° 1: Pra você passou rápido porque não foi você que perdeu o pai.
N° 2: Sim né, quando vê já deu um ano, passa rápido mesmo.

e a terceira e oculta alternativa, ficar em silêncio.
E em silêncio eu tenho ficado. Não adianta chorar pelo leite derramado? Realmente não. Isso ele me ensinou. Não adianta eu ser hipócrita agora e ficar triste pelos cantos por ter assuntos inacabados com ele, tenho que tocar a vida. Era assim que eu pensava, por isso estou em silencio. Estava. 
Vou falar agora, ele não era um exemplo de pai, não era um exemplo de marido, as vezes nem exemplo de ser humano era, mas era o meu pai. Não nos dávamos bem, mas era MEU pai. Não serei hipócrita como mencionei acima, porque realmente não adianta. Mas com certeza não serei o mesmo. Minha vida mudou, minha casa mudou, minha família mudou. Tenho uma mãe que não deixarei na mão e com certeza não cometerei os erros que cometi no passado. Tenho um irmão que me aproximarei mais com certeza. Tenho sobrinhas que não deixarei esquecer que a avó delas vai continuar ali. Tenho a mim mesmo que devo deixar sentir saudades e chorar, saudades do tempo que era bom e chorar pelo arrependimento e para aprender que o que foi não volta. Eu deveria ter sido um filho melhor, deveria ter evitado brigas,. deveria ter pedido desculpas, mesmo eu não sendo o errado, mas não posso mais voltar atrás. Agora estou em um dark place, por vários motivos, meu coração está arrasado por uma perda dupla, mas isso também vai passar e vão me dizer "Já passou um ano? Nossa que bom que você está bem!".
Agradeço às pessoas que me deram apoio e que vão dar muito mais.

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